O meu universo de trabalho sempre foi o das imagens. Na fotografia o foco central sempre foi gente e cidade. Com gente o portrait é o meu gênero predileto. E a família e os amigos, principalmente as mulheres, são meus principais modelos. Nunca possuí grandes equipamentos, nunca utilizei luz artificial. Objetivamente o meu interesse sempre foi a luz natural utilizando o claro /escuro e as sombras. Subjetivamente captar a atmosfera do momento e do não revelado. Na cidade o meu olhar é sempre na direção de flagrantes do cotidiano ou dos elementos que traduzem uma determinada localidade: arquitetura, meios de transporte, comidas, vitrines... Paisagens nunca me interessaram em nenhum suporte. Paisagens para mim são belíssimas e alimentam a alma lá, in natura.
Em 1988 a grande largada: participo da 1ª Bienal de Fotografia na Bahia com o trabalho “Mulheres da minha vida”, que considero a síntese do que falei acima sobre a minha linguagem fotográfica. E, a entrada no reino do áudio visual com o documentário “Eu sou neguinha?”. A escolha do gênero documentário reafirma a minha posição diante do objeto: o desejo de retratar a realidade pelo viés mais antropológico. Ou seja, o foco permanece o mesmo, o que muda é o suporte.
Depois de “Eu sou neguinha?” considero importante pontuar: “O Código de Hamurabi” (1990) e “Quilombos Urbanos” (1993). Os dois são também documentários e em cada um fui experimentando novas formas de narrativa e a utilização de outros suportes. Filme super- 8 e fotografia ainda timidamente em “Código” e fotografia assumidamente como linguagem e narrativa em “Quilombos”.
Embora os assuntos sejam variados o tema central continua sendo minha cidade e sua gente. Em 1995 ganhei uma residência através do Göethe Institut da Bahia para uma das mais importantes escolas de vídeo arte da Europa: a Kunsthochschule für Medien Köln, na Alemanha. Esta experiência foi um divisor de água na minha produção. Realizei ainda lá o meu primeiro vídeo experimental, “Sonntag”, onde também pela primeira vez utilizo a mim mesma como personagem.
Quando retornei ao Brasil fiz minhas primeiras instalações: “Lambe-Lambe” (Prêmio Copene-1997) e “Verdades e Mentiras”( Salão MAM Bahia-1997), continuo com a mesma temática, mas acrescento um novo gênero no meu fazer. Considero “Lambe-Lambe” um marco na minha trajetória enquanto artista. Além de utilizar a fotografia e o vídeo como linguagem incorporo pela primeira vez as artes plásticas, em forma de objetos e esculturas.
Nos últimos sete anos destaco três trabalhos: “Uma Cidade”(2000) declaração de amor ao filme de arquivo de família onde utilizo apenas o suporte fílmico e uma narrativa sem palavras. Considero o meu vídeo mais original. O documentário “Tatuagem”(2004) onde divido o meu olhar com mais quatro amigos fotógrafos e onde uso o maior número de suportes: super 8, polaroid, fotografia digital, fotografia analógica e vídeo digital. E a instalação “Auto-Retrato”(XI Salão MAM Bahia-2004) onde mais uma vez assumo o papel de personagem e agente provocador.
Posso concluir que venho utilizando cada vez mais o meu corpo como suporte e produto final das minhas obras assim como objetos e temas que fazem parte da minha história e da minha cidade e mais recentemente intruduzi um novo suporte, os tecidos, criando esculturas que batizei de pano.
Em 1988 a grande largada: participo da 1ª Bienal de Fotografia na Bahia com o trabalho “Mulheres da minha vida”, que considero a síntese do que falei acima sobre a minha linguagem fotográfica. E, a entrada no reino do áudio visual com o documentário “Eu sou neguinha?”. A escolha do gênero documentário reafirma a minha posição diante do objeto: o desejo de retratar a realidade pelo viés mais antropológico. Ou seja, o foco permanece o mesmo, o que muda é o suporte.
Depois de “Eu sou neguinha?” considero importante pontuar: “O Código de Hamurabi” (1990) e “Quilombos Urbanos” (1993). Os dois são também documentários e em cada um fui experimentando novas formas de narrativa e a utilização de outros suportes. Filme super- 8 e fotografia ainda timidamente em “Código” e fotografia assumidamente como linguagem e narrativa em “Quilombos”.
Embora os assuntos sejam variados o tema central continua sendo minha cidade e sua gente. Em 1995 ganhei uma residência através do Göethe Institut da Bahia para uma das mais importantes escolas de vídeo arte da Europa: a Kunsthochschule für Medien Köln, na Alemanha. Esta experiência foi um divisor de água na minha produção. Realizei ainda lá o meu primeiro vídeo experimental, “Sonntag”, onde também pela primeira vez utilizo a mim mesma como personagem.
Quando retornei ao Brasil fiz minhas primeiras instalações: “Lambe-Lambe” (Prêmio Copene-1997) e “Verdades e Mentiras”( Salão MAM Bahia-1997), continuo com a mesma temática, mas acrescento um novo gênero no meu fazer. Considero “Lambe-Lambe” um marco na minha trajetória enquanto artista. Além de utilizar a fotografia e o vídeo como linguagem incorporo pela primeira vez as artes plásticas, em forma de objetos e esculturas.
Nos últimos sete anos destaco três trabalhos: “Uma Cidade”(2000) declaração de amor ao filme de arquivo de família onde utilizo apenas o suporte fílmico e uma narrativa sem palavras. Considero o meu vídeo mais original. O documentário “Tatuagem”(2004) onde divido o meu olhar com mais quatro amigos fotógrafos e onde uso o maior número de suportes: super 8, polaroid, fotografia digital, fotografia analógica e vídeo digital. E a instalação “Auto-Retrato”(XI Salão MAM Bahia-2004) onde mais uma vez assumo o papel de personagem e agente provocador.
Posso concluir que venho utilizando cada vez mais o meu corpo como suporte e produto final das minhas obras assim como objetos e temas que fazem parte da minha história e da minha cidade e mais recentemente intruduzi um novo suporte, os tecidos, criando esculturas que batizei de pano.